Os homens de máscaras, chocalhos e também vestidos com roupas esfarrapadas, invadem as ruas do município e brincam.
Trata-se de uma mistura do sagrado e do profano.A Associação Cultural dos Caretas de Jardim é uma das entidades que tem lutado pelo fortalecimento da festa. Até cursos para confecção de máscaras são oferecidos pela associação, para possibilitar maior participação dos brincantes, que podem ser figuras engraçadas, folclóricas, que dão um colorido especial às ruas, com máscaras criativas.
Segundo Luiz Lemos, as manifestações folclóricas na cidade necessitam de um trabalho mais amplo de divulgação, diante da sua importância e das tradições. A festa, de acordo com ele, vem sobrevivendo, mesmo com as ameaças da modernidade. São rapazes, homens de mais idade — todos no intuito de festejar o momento, que antes tinha outro sentido. A festa era da colheita e o espantalho mais tarde acabou sendo substituído por Judas Iscariotes. As manifestações foram iniciadas na zona rural e hoje toma as ruas da cidade de Jardim.
Para Luiz Lemos, a festa em Jardim representa atualmente uma singularidade cultural. “A golpe de muito sacrifício, ainda vem sendo conservada no calendário cultural do nosso Estado”, diz.
Os primeiros registros históricos da brincadeira em Jardim são do fim do século XIX. Os agricultores se reuniam e confeccionavam uma espécie de espantalho, a quem chamavam de “Pai Véi” ou “Vosso Pai” e, mascarados, com chocalhos e chicotes, percorriam vários sítios em busca de donativos para o Sítio do “Pai Véi”, onde faziam uma grande festa e malhavam o espantalho. A festa se urbanizou e passou a utilizar o personagem bíblico.
A Festa dos Caretas se tornou um evento tradicional e ocorre durante toda a Semana Santa. Como antigamente, se caracteriza por mostrar personagens mascarados, vestidos de forma diferente, com chocalhos na cintura e animando a cidade. O maior destaque é a figura do Judas, que hoje é confeccionado pelo escultor e artista plástico Luiz Lemos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário